"O mundo tornou-se perigoso, porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de dominarem a si mesmos."
Albert Schweitzer



domingo, 12 de junho de 2011

Realidade brasileira

As cidades do Brasil não têm planejamento


O processo de crescimento e expansão das cidades brasileiras tem ocorrido sem um planejamento adequado, o que provoca conseqüências drásticas no meio ambiente urbano dos municípios, dentre elas, uma das piores conseqüências, a falta de saneamento básico. 

Apenas na segunda metade do século 20, a população urbana passou de 19 milhões para 138 milhões
De acordo com o IBGE, a análise dos dados revela a precariedade das condições ambientais das cidades brasileiras.

Esgotamento sanitário

Dentre os serviços de saneamento básico, o esgotamento sanitário é o que tem menor presença nos municípios brasileiros. Dos 5.507 municípios, apenas 52,2% eram servidos, em 2000, por algum tipo de esgotamento sanitário. 

A Tabela 1, colocada abaixo, mostra a situação da coleta de esgoto, por região do Brasil. No Sudeste, a região do país com a maior proporção de municípios com esgoto coletado e tratado, somente um terço deles apresenta uma condição adequada de esgotamento sanitário. 
Quando o esgoto é despejado em sua forma natural nos corpos de água ou no solo, há comprometimento da qualidade da água utilizada para abastecimento, irrigação e recreação. 

Do total de distritos que não tratam o esgoto sanitário coletado, conforme podemos observar no Gráfico 2, a grande maioria (84,6%) despeja o esgoto nos rios, sendo os distritos das regiões Norte e Sudeste os que mais utilizam desta prática (93,8% e 92,3%, respectivamente):

Coleta de lixo e destinação final

O maior problema do lixo não está na coleta (99,4% dos municípios brasileiros têm coleta de lixo), mas, sim, na sua destinação final.  De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000,a destinação final do lixo coletado no país é da seguinte forma: 47,1% em aterros sanitários, 22,3% em aterros controlados e apenas 30,5% em lixões, ou seja, mais de 69% de todo o lixo coletado no Brasil estaria tendo um destino final adequado, em aterros sanitários e/ou controlados.  Mas, em número de municípios, o resultado não é tão favorável, como exposto no gráfico 3. O lixão constitui grave problema ambiental, porque, além do perigo de contaminar as águas superficiais e subterrâneas, pode acarretar doenças à população.

Lixo hospitalar

Em 2000, da quantidade total de municípios que coletavam o lixo séptico de unidades de saúde (3.466 unidades), 2.569 municípios despejavam esse lixo nos mesmos aterros dos resíduos comuns, enquanto que 539 utilizavam locais de tratamento ou aterros de segurança. 
A grande maioria dos municípios, em 2000, queimava os resíduos sólidos de serviços de saúde a céu aberto, ao passo que apenas uma pequena quantidade utilizava algum sistema de tratamento térmico dos resíduos, como incinerador, microondas, autoclave ou forno. 

Solução está distante

De acordo com uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o atual nível de investimento em obras de saneamento, o Brasil só conhecerá a universalização do acesso ao esgoto tratado quando o país comemorar 300 anos de independência, em 2122. 
Atualmente, apenas 0,22% do Produto Interno Bruto (PIB) é aplicado no saneamento básico, sendo que o ideal seria 0,63% do PIB. 

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